Mundo Matchbox
O DIA QUE NUNCA TEM FIM

  Peço licença a todos para hoje falar sobre o Dia que nunca tem fim, 1º de maio de 1994. Nem mesmo o acidente na sexta-feira anterior de Rubens Barrichelo e a morte de Roland Ratzenberger no sábado conseguiu mudar as posturas dos dirigentes de ímola sobre a falta de segurança daquele autódromo velho e ultrapassado, afinal de contas, correr riscos fazia parte do negócio, que ao meu ver parecia que havíamos voltado ao tempo dos gladiadores onde quem ganha é aquele que sobrevive.

  Seria muita ingenuidade de minha parte que as curvas de Ímola seriam as únicas a contribuírem para aquele domingo sem fim e não foram. O Williams FW16 fora projetado por Adrian Newey e sua performance dependia quase que exclusivamente da aerodinâmica assim, se a pista fosse plana sem haver muita variação de altura, o carro alcançaria o melhor resultado aerodinâmico, Downforce, de modo que a velocidade nas curvas seriam maiores. Entretanto, se a pista tivesse muitas ondulações, como a de Ímola, o carro quase não fazia curvas, pois a suspensão ativa existente no modelo anterior, não estava mais lá para controlar o FW16.

  Não vou ficar aqui falando das condições clínicas de Ayrton Senna logo após o acidente para prolongar ainda mais aquele domingo, pois para mim e para muitos aquele 1º de maio de 1994, jamais terá um fim.